O bordado de Óbidos tem origem na década de 50, quando a Sr.ª D.ª Maria Adelaide Baptista Ribeirete, natural de Óbidos, após uma longa ausência, regressa à vila e encontra em fase de conclusão os trabalhos de restauro da Igreja Matriz de Santa Maria.
Arabescos, pássaros, o castelo e a palavra Óbidos, bordados em tons de azul, rosa, salmão, verde, amarelo e castanho compõem os bordados de Óbidos. Criados em meados do século passado por uma obidense, nestes bordados são empregues os pontos pé de galo para o preenchimento e o ponto pé de flor para os contornos, sobre o linho branco, meio linho ou estopa. É com franja executada no tear manual ou ainda com bainha presa com os mesmos pontos que se empregam no trabalho que se terminam os bordados.
Os motivos foram inspirados no teto da nave central da Igreja de Santa Maria. Para passar os desenhos para o papel colocavam um espelho no chão, que os refletia e assim facilitava o seu trabalho.
Maria Adelaide Ribeirete não desistiu e com mais de 80 anos de idade, por volta da década de 90, organizou um curso, que administrou e custeou, para poder transmitir às suas conterrâneas mais novas uma arte que criara num momento histórico importante para a vila.
No final dos anos 90 o Bordado de Óbidos foi reconhecido com o Selo de Qualidade com o apoio da Câmara Municipal de Óbidos, que virou a sua atenção para este bordado local, promovendo e divulgando o mesmo.
Maria Adelaide Ribeirete faleceu entretanto, deixando, no entanto, um importante legado para a posteridade. Atualmente a maior expressão do Bordado de Óbidos encontra-se na Associação Artística e Artesanal "Bordar Óbidos" da qual fazem parte várias bordadeiras que ajudam a preservar esta identidade.